O calendário islâmico, também chamado de calendário muçulmano ou التقويم الهجري (at-taqwīm al-hijrī, em árabe) é um calendário lunar, ou seja, baseia-se nas fases da Lua e tem 354 ou 355 dias.
Em 7 de julho de 2024 começou o ano 1446, que termina em 26 de junho de 2025.
O calendário muçulmano é utilizado oficialmente em muitos países, por exemplo, na Arábia Saudita. Ele também é utilizado em muitas regiões com população muçulmana para marcar as celebrações religiosas como o Ramadan.
Como funciona o calendário islâmico
O calendário islâmico é dividido em meses de 29 ou 30 dias. Como esse calendário é lunar, um mês não pode iniciar até que a Lua mude para a fase crescente, que vem depois da lua nova.
Os meses do calendário islâmico correspondem a uma lunação completa, ou seja, o período entre duas luas novas consecutivas. São eles:
- Muharram
- Safar
- Rabi al-Awwal
- Rabi al-Thani
- Jumada al-Awwal
- Jumada al-Thani
- Rajab
- Sha'aban
- Ramadan
- Shawwal
- Dhu al-Qidah
- Dhu al-Hija
No calendário islâmico, o ano inicia-se com o mês de Muharram e termina no mês de Dhu al-Hija.
Em um ciclo, que dura 30 anos, o último mês, Dhu al-Hija, recebe onze vezes um dia a mais para manter o calendário sincronizado com as fases da Lua.
Muharram, Rajab, Dhu al-Qidah e Dhu al-Hija são considerados meses sagrados. Na cultura árabe tradicional os combates eram proibidos ou suspensos.
O Ramadan é o mês de sacrifício, onde os muçulmanos jejuam, rezam e leem as revelações sagradas do Alcorão.
Os dias da semana do calendário islâmico são:
- yaum al-ahad (primeiro dia)
- yaum al-ithnayn (segundo dia)
- yaum ath-thalatha (terceiro dia)
- yaum al-arba`a (quarto dia)
- yaum al-khamis (quinto dia)
- yaum al-jum`a (sexto dia)
- yaum as-sabt (dia de sábado)
Nos países islâmicos, a semana inicia-se no domingo e termina no sábado. Os dias úteis são de domingo a quinta-feira, enquanto que sexta-feira e sábado representam o fim da semana.
O descanso é realizado no sexto dia, sexta-feira, pois se trata de um dia sagrado, reservado à oração, por isso, a sexta-feira é o dia da semana mais importante no Islamismo.
Datas significativas e festas do calendário islâmico
O ano novo islâmico é o Al-Hijra, que recorda a mudança do profeta Maomé de Meca para Medina. Esse evento sinaliza o primeiro dia do ano e o início do calendário islâmico.
O Eid al-Moulid recorda o nascimento do profeta Maomé. Ocorre no décimo segundo dia do mês de Rabi al-Awwal, o terceiro mês do calendário islâmico.
As únicas festas islâmicas são: Eid al-Moulid e Eid-al-Fitr.
O Eid-al-Adha, conhecido como a Festa do Sacrifício, recorda a obediência do Profeta Abraão, que sacrificaria o seu filho para cumprir a vontade de Deus. No momento do sacrifício, um anjo ofereceu um animal para ser sacrificado no lugar do seu filho. É comemorado no décimo dia do mês Dhu al-Hija.
O Eid-al-Fitr celebra o fim do Ramadan, mês reservado ao jejum para purificação e renovação da fé. É comemorado no primeiro dia do mês Shawwal.
História do calendário islâmico
O calendário islâmico foi criado por Hazrat Umar bin Al Khattab em 638 d.C. a fim de ajustar a contagem do tempo e corrigir os conflitos do sistema utilizado na época.
Umar foi o segundo califa do Islã e a pessoa próxima ao Profeta Muhammad. Com a ajuda de seus conselheiros, a cronologia foi criada baseando-se em trechos do sagrado Alcorão.
O primeiro ano do calendário islâmico, ou ano 1, corresponde a 16 de julho de 622 d.C., quando ocorreu a Hégira ou Hijra.
Esse evento histórico faz referência à migração do profeta Maomé de Meca para Medina, por isso, o calendário islâmico também é chamado de calendário da Hijra.
Diferenças entre o calendário islâmico e o calendário gregoriano
O calendário islâmico é um calendário lunar, baseado no movimento da Lua. Já o calendário gregoriano é solar, baseado no movimento da Terra ao redor do Sol.
O ano civil islâmico é mais curto, possui apenas 354 ou 355 dias, enquanto o calendário gregoriano possui 365 ou 366 dias. No calendário islâmico, os meses variam entre 29 e 30 dias. Já no calendário gregoriano, os meses variam entre 30 e 31 dias, com exceção de fevereiro.
Essa diferença de aproximadamente 11 dias faz com que o calendário muçulmano não esteja sincronizado com o início das estações no ano. Por isso, muitos países muçulmanos adotam o calendário gregoriano como o ano civil, para facilitar as atividades ligadas às estações do ano, como a agricultura.
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